ONU e Seppir discutem ações no Ano dos Afrodescendentes - 2011




A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), reuniu-se, com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil. Para além da apresentação formal da nova ministra ao staff das Nações Unidas, a reunião resultou numa fértil troca de idéias e sugestões de projetos e ações a serem realizados, de forma conjunta, no Ano Internacional dos Afrodescendentes - como o ano de 2011 foi lançado pela própria ONU.

Responsáveis por parcerias com a SEPPIR, como o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, as agências da ONU foram representadas, no encontro, pelo coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediak, por Marie Pierre Poirer, coordenadora do UNICEF no Brasil e do GT Interagencial Raça e Etnia da ONU; pelo representante adjunto da UNESCO, Lucien Muñoz; pela representante da ONU Mulheres para o Brasil e o Cone Sul, Rebecca Tavares; pelo representante do UNFPA no Brasil, Harold Robinson; e pela representante da OIT no Brasil, Laís Abramo.

Também participaram da reunião - realizada no Edifício João Saad, onde funcionam as Secretarias de Políticas para Comunidades Tradicionais e de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR – o Diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Mário Theodoro, além da Chefe da Assessoria Internacional da SEPPIR, Magali Naves, e do Assessor para Cooperação Internacional, Daniel Brasil.

“No que se refere ao trabalho cotidiano da SEPPIR com a ONU, existe uma base muito boa. Acho importante que, no Ano Internacional dos Afrodescendentes, demos escala, ampliemos, o que já está acontecendo”, afirmou a ministra Luiza Bairros, chamando a atenção para o fato de, em 2011, também estar se completando dez anos da III Conferência Internacional Sobre Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada, sob coordenação das Nações Unidas, em Durban, na África do Sul, em setembro de 2001.

“Costumo dizer que somos parte da equipe (da SEPPIR), porque o mandato da Secretaria coincide com nosso diagnóstico e nossas intenções de trabalho no Brasil”, avaliou o Coordenador do Sistema ONU no país, Jorge Chediak, reafirmando as relações positivas entre a SEPPIR e aquele organismo. “Como afirmou a ministra, este é o Ano Internacional dos Afrodescendentes, e queremos criar oportunidades para mantê-los na atividade pública. Ano passado, o Brasil aprovou o Estatuto da Igualdade Racial, mas agora o desafio é implementar esta legislação e também aperfeiçoá-la”, acrescentou Chediak.

No encontro, Luiza Bairros lembrou que, no ano 2000, se deu uma aproximação maior entre os movimentos negros brasileiros e a ONU. De acordo com a ministra, foi nesta ocasião que a parcela da sociedade civil organizada que luta contra o racismo, a discriminação racial e suas conseqüências, interpelou as Nações Unidas sobre o quê a organização poderia realizar para somar esforços e fazer avançar as lutas negras no Brasil. “Neste sentido, depois de passados dez anos, a questão que se coloca é como passarmos a um outro patamar”, disse Luiza Bairros. “Gostaria que a marca do Ano fosse cada um contribuir com esta agenda, com ações concretas, objetivas, realizadas de forma a impactar a inclusão dos afrobrasileiros em nossa sociedade”, propôs.

Já Mário Theodoro chamou a atenção para a importância que tem, para a sociedade brasileira, a manifestação dos organismos internacionais em relação, sobretudo, à questão racial. “Não é à toa que Durban é um marco, assim como também foi palco de um debate internacional no qual o Brasil se coloca. Historicamente, o que se observa é que a intervenção internacional na área racial no Brasil, desde o Projeto Unesco, também é um marco e, portanto, esta cooperação para nós é algo de muita importância”.

O grupo voltará a se reunir em breve, já que os representantes de todas as agências da ONU e da SEPPIR receberam, propuseram e discutiram, com entusiasmo, formas de intensificação dos projetos e ações já em curso, assim como a criação de novas iniciativas para o Ano Internacional dos Afrodescendentes.

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