Exposição mostra a arte sagrada em Bandeiras, Recortes e Garrafas




Retratar a arte religiosa do Haiti pode significar a tentativa de explicar como um povo marcado por traumas e infortúnios encontra forças para reconstruir sua terra natal.  A Exposição “O Haiti está vivo ainda lá. Bandeiras, Recortes e Garrafas consagradas ao Vodu , que o Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, inaugura dia 04 de julho, às 12 horas,  apresenta cerca de 350 obras inéditas que revelam como os  símbolos do cotidiano sagrado e profano servem de alicerce para manter a  tradição do país que foi terrivelmente atingido por um terremoto, no início de 2010.  Além dos objetos sagrados, a mostra apresenta cerca de 70 imagens produzidas pelos fotógrafos Caio Guatelli e Anderson Schneider,  enviados ao Haiti para a cobertura da catástrofe. Há ainda, 11 fotos do pesquisador e antropólogo Pierre Verger, do final dos anos 40. A curadoria é do artista plástico Emanoel Araujo, Diretor-Curador do Museu Afro Brasil. A mostra vai até o dia 29 de agosto.


Cores e magias são marcas das  bandeiras rituais produzidas em  cetim, veludo ou seda artificial. Nas estampas em tons vibrantes,  bordadas com miçangas e lantejoulas, apresentam símbolos congos, daomeanos e da cultura ocidental, que se misturam formando um complexo mosaico, com textos cerimoniais africanos, motivos católicos, maçônicos e tapeçaria . As bandeiras desta mostra pertencem ao médico Jacques Bártoli, um dos principais colecionadores da arte haitiana. Cada bandeira é dedicada a um loa(deus do panteão voduísta) específico e contém as cores e representações de seus emblemas simbólicos. Nem todas as bandeiras usadas nas cerimônias do Vodu são abundantemente decoradas como aquelas que podem ser adquiridas em lojas norte-americanas. Algumas bandeiras rituais usadas no início do século XX eram produzidas a partir de uma ou duas peças de tecido colorido, contendo pouca ou nenhuma ornamentação. Após a ampla disponibilidade de lantejoulas e miçangas, o uso de enfeites aumentou de maneira expressiva. Além disso, estimulada pela crescente comercialização, as bandeiras tornaram-se visualmente complexas e confeccionadas por uma grande variedade de motivos decorativos.

A arte dos recortes em chapas de metal, muitas recuperadas dos tambores de óleo e gasolina,  são inspiradas nos imaginários religioso e folclórico.  As figuras podem representar tanto símbolos diabólicos e cenas católicas como traços decorativos que variam de flores a aves, passando por signos do zodíaco e pelos populares veves, que são desenhos compostos por um conjunto de sinais simbólicos que representam os atributos dos loa (divindades e seres espirituais do Vodu). Já as místicas garrafas são estampadas artesanalmente com diversos materiais. Assim como as bandeiras também são objetos rituais, dedicadas aos deuses voduístas e decoradas com lantejoulas e miçangas em cores vibrantes. Algumas técnicas de colagem permitem a apresentação de uma grande variedade de motivos decorativos.   

Diretor curador: Emanoel Araujo
Diretor executivo: Luiz Henrique Marcon Neves
Funcionamento: de terça a domingo, das 10 às 17 horas (permanência até às 18h)
Entrada: Grátis

Mais informações:

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº
Parque Ibirapuera- Portão 10
São Paulo - SP - Brasil
CEP: 04094-050
Estacionamento: Portão 3 – Zona Azul

Fone: 55 11 5579 0593 ramal 121
Para agendar visitas: agendamento@museuafrobrasil.com.br ou

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